A China parece focada em aumentar a repressão contra pornografia e erotismo — conteúdos proibidos na região desde 1949 — em seu território. Prova disso é que o país acaba de desenvolver um capacete que detecta quando alguém estiver consumindo alguns desses materiais adultos.

China x pornografia

Até agora, a China tem usado bots de inteligência artificial e avaliadores humanos (chamados de Jian Huang shi), em sua maioria mulheres, para pesquisar imagens na web e analisar se esses conteúdos apresentam (ou não) temas explícitos considerados ilegais.

Mas se por um lado a mão de obra humana signifique mais assertividade durante as análises, por outro, é traduzida em mais cansaço e superexposição, permitindo que alguns conteúdos pornográficos e eróticos escapem pela “barreira” de restrição chinesa.

Diante disso, pesquisadores da Universidade Jiaotong de Pequim desenvolveram uma espécie de capacete antipornografia. O dispositivo é capaz de detectar picos nas ondas cerebrais humanas durante a visualização de imagens explícitas, que são diferentes das ondas causadas por emoções, cansaços ou pensamentos aleatórios.

Ondas neurais para simular dispositivo da China

Imagem: Pikovit/Shutterstock

A ideia não é distribuir os capacetes para os moradores da China, mas sim aos avaliadores. Em tese, isso fará com que os profissionais sejam submetidos a uma grande quantidade de imagens. Se algum dos conteúdos for explícito, o dispositivo o detectará — por meio das ondas cerebrais — automaticamente.

Em teoria, uma forma mais prática e rápida para a restrição contra materiais pornográficos.

Problemas à vista

Mas há diversos problemas por trás da inovação. O capacete foi testado em 15 voluntários homens e não está claro se ele também funcionará com mulheres. Além disso, os testes apontaram para alguns falsos positivos e é incerto se mais treino será suficiente para mitigar julgamentos errôneos.

Contudo, a principal preocupação é sobre o uso desse dispositivo para outras finalidades. Algumas fábricas chinesas usam capacetes de vigilância cerebral similares para questões de produtividade, e como não há leis que restrinjam quais informações esses novos dispositivos podem coletar, cria-se um temor de que o aparelho possa ser usado para garimpar mais dados.

Via: Tech Spot

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