Sim, o Pix e o 5G até tiveram grandes momentos aqui no Brasil, mas se existe algo que chamou a atenção dos brasileiros em 2021 foi a chegada avassaladora dos serviços de streaming de jogos em solo nacional. Sério, até parece que nosso território foi marcado com um “X” enorme em algum mapa compartilhado pela indústria gamer.

Inclusive, outro ponto notável foi que todos os serviços parecem ter pegado o mesmo navio, já que chegaram quase que simultaneamente. Pelo menos foi o caso de Xbox Gaming Cloud (xCloud), GeForce Now, Ubisoft Plus e até mesmo a Netflix Games, que deram as caras no país tupiniquim a partir do segundo semestre deste ano.

A premissa destes serviços é relativamente simples: oferecer um catálogo rotativo de jogos, que rodam em nuvem, em formato de planos de assinatura. Sim, o modelo de negócios como se fossem locadoras parece ser a febre do momento, mas a verdade é que há algo muito maior por trás disso.

A revolução gamer do streaming de jogos

E para descobrir mais sobre os bastidores, a equipe do TecMasters foi conversar com Michael Fernandez, diretor de Marketing e Aquisição de Conteúdo da ABYA — responsável pela operação do GeForce Now na América Latina. Na verdade, Michael revelou que está acontecendo uma verdadeira revolução na indústria de videogames.

Isso porque além da praticidade de rodar em nuvem e não depender que o player demore horas para baixar determinado jogo, o streaming de jogos promete uma verdadeira democratização dos games, já que os serviços necessitam “apenas” de uma boa conexão de internet e nada muito além disso.

Ilustração streaming de jogos em nuvem

Imagem: qunamax/Shutterstock

Em outras palavras, essas plataformas podem rodar títulos AAA (robustos e de grandes orçamentos) em PCs e smartphones menos potentes, mas mantendo uma boa qualidade durante as jogatinas. Logo, não será mais necessário economizar anos para comprar um dispositivo caríssimo e de altas configurações.

Na verdade, essa tal revolução já tinha começado lá fora. Mas a pandemia serviu para mostrar o potencial imenso do mercado de videogames e como o cenário gamer aqui no Brasil também tem crescido desenfreadamente. Com isso, era questão de tempo até que os serviços de streaming de jogos chegassem aqui. E chegaram.

Há muito mais por vir

Em outro papo que tivemos com Fernanda Domingues, especialista em games há 24 anos e professora de e-Sports na FIA, e Carlos Silva, Head of Gaming na GoGamers e coordenador na Pesquisa Game Brasil (PGB), confirmamos que isso é uma tendência de mercado e que deve crescer ainda mais nos próximos anos.

É claro que isso dependerá de avanços em infraestrutura, como o 5G, aqui no Brasil. Mas eles cravam que as publishers que não entenderem o potencial destes serviços certamente ficarão para trás. E, bem, ficar de fora de um segmento de quase US$ 180 bilhões não parece uma boa ideia, certo?

E a expectativa é de que o streaming de jogos cresça ainda mais. Os sonystas brasileiros ainda estão na espera de que o PS Now chegue ao Brasil. Enquanto isso, a Samsung testa seu próprio produto e outros players como a Sega estudam entrar de vez neste mercado.

O Brasil conseguiu sentir na pele toda essa movimentação em 2021. E deve sentir ainda mais — assim como todo o mundo — com o progresso do serviço a níveis globais. Afinal de contas, estamos falando de uma revolução da indústria de jogos, cujo potencial pode estar longe de ser totalmente dimensionado pela comunidade.

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