Menos de um mês após assinar uma carta aberta pedindo a interrupção de qualquer treinamento de inteligência artificial (IA) por seis meses, informações da imprensa internacional apontam que Elon Musk — uma das mais de mil pessoas a se engajarem pela causa — tem avançado com projetos de IA no Twitter.

De acordo fontes próximas, o Twitter adquiriu recentemente cerca de 10 mil unidades de processamento gráfico (GPUs) para a plataforma. Em geral, tais equipamentos são usados para trabalhar em grandes modelos de inteligência artificial, dada a carga de trabalho computacional que a tecnologia recente exige.

As fontes adicionaram que o projeto de IA de Musk ainda se encontra em fase inicial, embora a compra de tanta potência computacional adicional mostre que ele está “comprometido” com o desenvolvimento.

Após assinar carta aberta, Elon Musk avança com projeto de IA generativa no Twitter

Imagem: osunpokeh, CC BY-SA 4.0 <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0>, via Wikimedia Commons

Tais ações do CEO do Twitter vão na contramão das suas críticas sobre o desenvolvimento de IA generativa, que tem advertido recentemente sobre o poder da tecnologia e a necessidade de regulamentação para garantir que esteja operando dentro do “interesse público”.

Projeto de IA no Twitter

De acordo com as fontes próximas, o projeto é focado em uma LLM (Large Language Model), que é essencialmente uma IA treinada por grandes conjuntos de dados para que possa a partir disso criar novos conteúdos e textos por capacidade própria.

O Twitter, por exemplo, possui grande quantidade de dados para treinar uma LLM, e por um tempo, contribuiu com a criação do ChatGPT, já que Sam Altman, CEO da OpenAI, tinha acesso a esses dados, o que tem sido retirado em dezembro, segundo Musk.

As informações das fontes corroboram com as novas contratações feitas para o Twitter. No início de março, Musk contratou oficialmente os engenheiros Igor Babuschkin e Manuel Kroiss da subsidiária de pesquisa de IA da Alphabet, DeepMind. A aproximação de profissionais do campo tem sido notada ao menos desde fevereiro, incluindo Babuschkin, para começar o projeto com foco em IA e rivalizar com a criadora do qual é cofundador.

Após assinar carta aberta, Elon Musk avança com projeto de IA generativa no Twitter

Imagem: Levart Photographer/Unsplash

No entanto, ainda não se sabe para que o Twitter usará a IA generativa. Um dos palpites seria o de melhorar a busca da rede social, já que o recurso já recebeu críticas de Musk, que já fez tentativas no passado para “consertá-la”, contratando o desenvolvedor de segurança George Hotz para um estágio de três meses, o que acabou durando apenas um.

A publicidade também seria outro uso possível, já que representa a espinha dorsal das plataformas de rede social, comentaram as fontes. Desde que Musk assumiu a empresa, o Twitter tem lutado para que anunciantes permanecessem após a mudança de várias políticas. Se treinada para o uso, a IA generativa teria capacidade de gerar imagens de textos publicitários para atingir públicos específicos.

Embora Musk tenha dito repetidamente que o Twitter está financeiramente instável, os gastos com GPUs podem ter alcançado dezenas de milhões de dólares a considerar a quantidade e preço desses equipamentos, segundo as fontes. Uma GPU voltada para LLMs da Nvidia, que controla por volta de 95% desse mercado, pode custar US$ 10 mil, por exemplo.

Espera-se que as novas unidades operem a partir de um dos dois sites restantes do Twitter, muito provavelmente o de Atlanta, acrescentaram as pessoas próximas. O outro site de centro de dados remanescente do Twitter está no Oregon. Seu principal site de centro de dados em Sacramento, operado pela NTT, foi [abruptamente fechado] no final de dezembro, em uma decisão unilateral de Musk, e o que levou à demissão do líder de engenharia Behnam Rezaei.

Satya Nadella em apresentação do novo Bing

Imagem: Dan DeLong

Como mencionado anteriormente, o CEO do Twitter tem uma relação próxima com o ChatGPT e a OpenAI. Após se afastar da empresa em 2018, se tornou crítico da companhia este ano, dizendo que ela se tornou “uma empresa de fonte fechada, de máximo lucro efetivamente controlada pela Microsoft”. De fato, no início, a OpenAI (que não recebeu o nome por acaso), tinha código aberto, mas foi fechado por decisão de Altman após Musk se afastar. Essa mudança pode ter atraído interesses da Microsoft, que desde 2019, tem investido na empresa; em janeiro, como parte de uma parceria estendida, a gigante de Redmond anunciou o “investimento multibilionário”.

 

Via Business Insider

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