Alvo de denúncias referentes a casos de assédio sexual e ambiente machista, a Activision Blizzard teve sua participação cortada do Game Awards 2021, que acontece nesta quinta-feira (9). O anúncio foi feito pelo próprio criador e apresentador do evento, Geoff Keighley, por meio de seu perfil oficial no Twitter.

“#TheGameAwards é um momento de comemoração para o setor, a maior forma de entretenimento do mundo. Não há espaço para abuso, assédio ou práticas predatórias em qualquer empresa ou comunidade. […] Estamos comprometidos com isso, mas todos precisamos trabalhar juntos para construir um ambiente melhor e mais inclusivo para que todos se sintam seguros para construir os melhores jogos do mundo”, disse o executivo em complemento ao “ban” anunciado à Activision Blizzard.

A mais recente declaração indica um recuo de Keighley. Na manhã da última sexta-feira (3), o executivo disse ao The Washington Post que o Game Awards teria que pensar “com muito cuidado” sobre a participação da dona de Overwatch, além de expressar seu desejo de “apoiar os funcionários e desenvolvedores”.

No entanto, o comentário definitivamente não agradou a comunidade. Membros da indústria e fãs de videogame condenaram a declaração não comprometedora de Keighley e lembraram das diversas acusações contra a desenvolvedora de jogos. A repercussão foi suficiente para um posicionamento mais assertivo do Game Awards.

Denúncias contra a Activision Blizzard

Para quem não está a par dos acontecimentos, a Activision Blizzard está no centro de um processo movido pelo estado da Califórnia. O motivo? Diversas denúncias acusam o estúdio de promover um ambiente tóxico, machista e repleto de casos de assédio moral e sexual.

Os documentos do processo não só revelam que apenas 20% da força de trabalho da empresa seria composta de profissionais femininas, como aponta uma cultura interna que beneficiava os homens e incentivava o comportamento machista em detrimento de um ambiente mais diverso e seguro para as mulheres.

Além disso, há indícios de que os profissionais usavam uma suíte — apelidada de “Cosby Suite” — durante eventos da BlizzCon para abusar sexualmente de algumas funcionárias. Alguns relatos apontam que esse quarto também foi palco de perseguições e agressões contra mulheres da empresa.

As denúncias culminaram em uma série de demissões na Activision Blizzard, que agora luta para reconstruir sua imagem no mercado. A empresa já cancelou a BlizzCon que aconteceria no ano que vem e a não participação no Game Awards desse ano parece ser o desejo de grande parte do segmento.

Ainda assim, o título Call of Duty: Warzone da publicadora será indicado como “Melhor jogo contínuo” e a franquia CoD pode faturar o “Melhor jogo de e-Sports”. É incerto o que acontecerá caso eles vencerem alguma das categorias, mas a depender das repercussões, isso certamente não vai acontecer.

Fonte: Ars Technica

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