Há décadas a tecnologia vem sendo protagonista de algumas das principais mudanças na sociedade e na indústria. Os diferentes avanços são criados a partir de necessidades que surgem, seja para resolver problemas das rotinas das empresas ou das pessoas – e temos visto que uma conexão de internet eficiente exerce papel fundamental para implementação de casos reais de uso.

Neste sentido, o 5G chega para trazer ainda mais avanços, não só para suprir essa necessidade de uma boa conexão, mas também para habilitar a Inteligência Artificial e a IoT (internet das coisas) na indústria. No Brasil, a chegada da quinta geração de internet trará grandes oportunidades para as empresas avançarem em direção à tão falada Indústria 4.0.

O grande habilitador dessa “indústria do futuro” serão as redes privadas 5G. Essas redes oferecem recursos dedicados e otimizados, além de maior confiabilidade e baixa latência. Isso sem falar dos benefícios exclusivos para aplicativos de IoT e cobertura e capacidade com mobilidade para altas velocidades de dados, seja em ambientes internos ou externos.

E é neste contexto que o 5G mmWave aparece como o protagonista para o desenvolvimento destas redes, devido às suas características de propagação que permitem às operadoras móveis considerar a implantação da tecnologia 5G em ambientes fechados. Isso se torna possível pois o mesmo espectro do mmWave pode trazer velocidades de vários gigabits, latência ultrabaixa e capacidade massiva para uma ampla variedade de ambientes internos, como empresas, centros de transporte e até estádios.

5G

Redes privadas sem fio

O 5G mmWave, portanto, será essencial para aumentar a capacidade e eficiência do setor industrial. Fábricas e montadoras que adotam o conceito de Indústria 4.0 poderão utilizar essa tecnologia em redes privadas para conectar máquinas e robôs, substituindo a conexão através dos cabos.

Estas conexões permitirão uma flexibilidade inerente das comunicações sem fio, pois poderão rapidamente fazer a reconfiguração da localização dos robôs ou das máquinas, aumentando significativamente a produção e a eficiência da planta industrial.

Mas não só isso. Quando olhamos para o crescimento de mercado da tecnologia, os números são animadores. Um novo estudo do IDC (International Data Corporation), intitulado Worldwide Private LTE/5G Infrastructure Forecast, 2022-2026, mostra que as receitas de infraestrutura sem fio LTE/5G privada em todo o mundo atingirão US$ 8,3 bilhões até 2026, um aumento expressivo em comparação a receita de US$ 1,7 bilhão de 2021.

No Brasil, os investimentos em redes privadas já estão sendo realizados. Um bom exemplo é a colaboração da Qualcomm com a Juganu e a Nokia para implementação de redes 5G inteligentes. Intitulado Conecta 5G, o projeto tem o objetivo de acelerar a transformação digital dos municípios brasileiros. As empresas envolvidas demonstram que o uso de dispositivos de iluminação pública pode simplificar drasticamente a instalação e a difusão da tecnologia 5G, ao mesmo tempo em que reduzem significativamente o custo e o tempo de implementação da solução.

Por fim, com a ascensão do uso das redes privadas, a adoção da tecnologia pelas empresas irá crescer gradualmente, conforme a evolução do 5G. Temos um caminho longo a percorrer e sabemos que esse ecossistema ainda está em desenvolvimento, mas, por outro lado, vejo este cenário com otimismo. Afinal, entre os vários pontos positivos, a implementação de uma rede privada é algo rentável, o que acaba despertando cada vez mais o interesse das empresas pela tecnologia.


Silmar QualcommSilmar Palmeira é diretor senior de produtos para Qualcomm Latam

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